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Grande Recife
Publicada em 05/12/24 às 12:15h - 777 visualizações
Armas de Gel: FAV recebe 17 pacientes com lesão nos olhos em quatro dias no Recife
Ferimentos graves e riscos à segurança pública levantam debate sobre regulamentação e uso consciente.

Blog Moriá

Armas de gel têm sido cada vez mais utilizadas no Brasil, o que tem causado alarme nos âmbitos de segurança e saúde  (Foto: Redes sociais/Reprodução)

As armas de balas de gel, populares entre crianças e adolescentes no Brasil, têm se tornado motivo de preocupação crescente. Apontadas como inofensivas por muitos, elas estão, na verdade, associadas a ferimentos graves, especialmente nos olhos. Em apenas quatro dias, a Fundação Altino Ventura (FAV) no Recife atendeu 17 casos de traumas oculares causados por disparos desse tipo de equipamento.


O Caso de Kauê: Um Alerta à Sociedade

Um desses casos foi o do pequeno Kauê Antony da Silva, de 9 anos, atingido no olho direito enquanto brincava com amigos. Levado às pressas para cirurgia, Kauê enfrenta agora uma recuperação que envolve medicação e acompanhamento semanal.


Segundo Rafael Gomes, tio do garoto e influenciador digital, a família não permitirá mais que crianças utilizem armas de gel:


“É muito perigoso. Chegaram muitos casos até a gente que podem lesionar gravemente. Não podemos deixar isso continuar.”


Os impactos desses dispositivos, feitos de polímeros superabsorventes, são severos. Eles podem causar lesões permanentes, como aumento do risco de catarata e até perda irreversível da visão, conforme alertam especialistas.


Ferimentos Oculares e Possíveis Complicações

Camila Moraes, oftalmologista da FAV, explicou que as principais queixas incluem:

  • Sangramento ocular
  • Inflamação conjuntival
  • Uveíte, inflamação do tecido vascular interno do olho, que pode gerar sequelas visuais permanentes.


Além disso, traumas mais graves podem levar a descolamento de retina semanas após o impacto, com risco de cegueira irreversível. A médica alerta que crianças, sem perceber a gravidade, podem não relatar o problema aos pais.


Regulamentação e Lacunas na Legislação

Apesar dos riscos, as armas de gel não são tratadas como armas de fogo ou simulacros pela legislação brasileira, sendo amplamente comercializadas como brinquedos. O Inmetro, entretanto, classifica-as como réplicas de armas, comparáveis a equipamentos de paintball e airsoft, que requerem fiscalização rigorosa e identificação com ponta laranja, algo frequentemente ignorado no caso das armas de gel.


Embora o porte em si não seja considerado crime, o uso indevido pode gerar implicações legais:

  • Em caso de lesão corporal, os pais podem ser responsabilizados judicialmente, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
  • Em casos de omissão, os responsáveis podem ser penalizados se a criança se machucar.


Ameaças à Segurança Pública

Além dos ferimentos, o uso indevido das armas de gel está associado a riscos para a segurança pública. Relatos incluem:


  • "Batalhas" organizadas, onde jovens duelam em espaços públicos, gerando desordem.
  • Uso de armas de gel para simular pistolas em assaltos.


Casos já foram registrados em comunidades do Rio de Janeiro, levantando preocupações sobre possíveis crimes e desordens semelhantes em outras regiões do país.


O Papel dos Pais e da Sociedade

Especialistas enfatizam a importância da supervisão parental e da orientação sobre os perigos dessas "brincadeiras". Giovani Santoro, especialista em segurança, alerta:


“Os pais precisam saber o que seus filhos estão fazendo diariamente e orientá-los sobre essas condutas inadequadas que podem levar à apreensão e medidas restritivas de liberdade.”


Conclusão: Repensando a Popularidade das Armas de Gel

O aumento de ferimentos e as implicações legais e sociais das armas de gel exigem uma reflexão coletiva sobre seu uso e comercialização. A ausência de regulamentação clara, aliada ao desconhecimento dos riscos, coloca crianças, adolescentes e até terceiros em situações vulneráveis.


Promover uma discussão pública sobre o tema, aliada a uma fiscalização mais rigorosa, pode ser o primeiro passo para evitar tragédias maiores e garantir a segurança das futuras gerações.




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