
Imagens de câmera de segurança mostram parte da ação criminosa (Foto: TV Globo/Reprodução)
Quatro suspeitos detidos após um assalto a um comerciante no
Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE), localizado
no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife, foram liberados após audiência de
custódia realizada na última quarta-feira (12). A decisão foi tomada com
base na ausência de flagrante delito e de provas que ligassem os detidos ao
crime.
Os Fatos e a Decisão Judicial
O caso começou na tarde de segunda-feira (10), quando
um comerciante foi assaltado enquanto se dirigia a uma agência bancária para
realizar um depósito. Durante a fuga, os suspeitos foram perseguidos pela Polícia
Civil de Pernambuco. Três deles foram presos em flagrante no mesmo dia,
enquanto o quarto foi detido no dia seguinte.
No entanto, durante a audiência de custódia,
realizada no Fórum Rodolfo Aureliano, a Justiça determinou o relaxamento
das prisões em flagrante. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE)
afirmou que "os autuados não se encontravam em qualquer das hipóteses
legais de flagrante delito", conforme previsto nos artigos 302 a 306 do
Código Penal.
A decisão foi assinada pela juíza Blanche Maymone Pontes
Matos, que destacou:
"Entendo, concordando com o requerimento das partes,
que não se encontram presentes quaisquer das situações de flagrância."
Além disso, o próprio Ministério Público de Pernambuco
(MPPE) deu parecer favorável à soltura dos suspeitos. Entre os liberados
estão:
- Luiz
Carlos Leão da Silva
- Lucas
Bento Barros
- Pedro
Henrique Alves Santana
- José
Eder de Lima Alves
De acordo com a Justiça, não havia provas documentais que
estabelecessem um vínculo direto entre os autuados e o crime cometido no
Ceasa-PE.
Apreensões e Operação Policial
Durante a operação, a Polícia Civil apreendeu:
- Cinco
carros
- Quatro
armas de fogo
- Munições
- Balaclavas
- Coletes
balísticos
- Celulares
Ainda assim, as evidências não foram consideradas
suficientes para manter os detidos sob custódia.
A Polícia Civil, questionada sobre a decisão,
afirmou, por meio de nota, que não comenta decisões judiciais.
O Assalto e a Perseguição Policial
Após o assalto ao comerciante no Ceasa-PE, os
suspeitos foram perseguidos por policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de
Carga. A ação culminou em uma troca de tiros que resultou na morte de um
dos suspeitos e na prisão de três outros.
Durante a fuga, parte do grupo conseguiu escapar, roubando
outro veículo em frente ao Hospital da Mulher do Recife, no Curado.
O Ceasa-PE, em nota divulgada na terça-feira (11),
reforçou que a área conta com a presença constante de forças especializadas da Polícia
Civil devido ao fluxo comercial intenso no local.
Polêmica e Repercussão
A soltura dos suspeitos gerou questionamentos sobre o
trabalho das forças policiais e a interpretação legal da situação de flagrante.
O TJPE, por sua vez, declarou que cabe à autoridade policial tomar
medidas legais, caso discorde da decisão judicial.
O caso segue em investigação, mas a decisão da audiência de
custódia lança luz sobre a complexidade dos procedimentos legais e o desafio de
estabelecer vínculos probatórios em situações de flagrante.