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Grande Recife
Publicada em 29/05/25 às 11:07h - 730 visualizações
Academia encerra contrato de casal após episódio de transfobia com personal trainer em Boa Viagem
Rede Selfit tomou decisão após mulher ser impedida de usar banheiro feminino; caso gerou revolta nas redes e está sendo investigado pela Polícia Civil

Blog Moriá

Parte do episódio foi gravada e compartilhada no perfil da personal trainer  (Foto: Redes sociais/Reprodução)

A rede de academias Selfit anunciou nesta terça-feira (27) o encerramento do contrato de um casal de clientes envolvido em um caso de preconceito e constrangimento contra a personal trainer Kely Moraes, em uma das unidades localizadas no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.


O episódio, que ocorreu no dia anterior (26), ganhou repercussão nas redes sociais após a profissional denunciar publicamente que foi impedida de usar o banheiro feminino por um homem e uma mulher, que alegaram, de forma preconceituosa, que “aquele não era o seu lugar”, em uma clara tentativa de associá-la a uma mulher trans.


“Proporcionar um ambiente seguro e respeitoso”, afirma a Selfit

Por meio de nota oficial publicada em seus perfis nas redes sociais, a Selfit afirmou que “repudia qualquer ato de preconceito ou violência” e reforçou que sua missão é garantir um ambiente seguro, acolhedor e respeitoso para todos os frequentadores.


A empresa destacou ainda que, ao tomar conhecimento do ocorrido, a equipe local agiu imediatamente para conter os ânimos e garantir a segurança da vítima, orientando as partes a procurarem as autoridades competentes.


Confira o comunicado da Selfit na íntegra:

“A Selfit lamenta profundamente o episódio ocorrido na unidade Boa Viagem II, ontem, dia 26, e reitera que repudia qualquer ato de preconceito ou violência.


A missão da Selfit Academias é proporcionar um ambiente seguro, acolhedor e respeitoso para todas as pessoas que frequentam nossas unidades. Assim que a situação foi identificada, a equipe local agiu para conter os ânimos e garantir a segurança da vítima. As partes foram orientadas a formalizar o ocorrido às autoridades competentes e, desde então, a Selfit está à disposição para colaborar com as investigações.


A rede de academia afirma ainda que tomou todas as medidas cabíveis, acolhendo e apoiando a vítima e encerrando os contratos dos clientes causadores, conforme os princípios e valores da empresa”.


Entenda o caso: “Eu só queria ir no banheiro”, desabafa a vítima

De acordo com os relatos de Kely Moraes, o caso teve início quando ela foi abordada pelo casal logo após usar o banheiro feminino. Em um vídeo postado em seu Instagram, Kely registrou o momento em que o homem a tenta direcionar para outro banheiro, deixando claro que a impedia de usar o espaço destinado às mulheres.



“Ainda sem acreditar que existem pessoas assim. Fui vítima de preconceito. Eu só queria ir no banheiro. Só isso”, desabafou Kely nas redes sociais.


A personal relatou que a mulher envolvida no caso chegou a afirmar diretamente:


“Você não pode entrar naquele banheiro. Ali não é o seu lugar. Ali é banheiro para mulher”.


Kely completou:


“Aí eu entendi o peso da situação. Eu já tinha ido ao banheiro e estava descendo a escada. Ela passou por mim, parou e disse aquilo. Subi novamente para perguntar por quê, e ela confirmou que não era meu lugar. Me senti envergonhada, não por ser comparada com uma trans, o que para mim é um elogio. As trans são lindas, cada uma com sua história e sua guerra.”


Boletim de ocorrência foi registrado

Diante do constrangimento, Kely afirmou ter registrado um boletim de ocorrência e declarou que irá processar os responsáveis. Entretanto, ela também destacou os danos psicológicos causados pela situação.


“Fiz minha parte, B.O., vou processar. Mas e os danos psicológicos? O constrangimento? Eu estou envergonhada. Foi humilhante”, afirmou.


Polícia Civil investiga o caso

Em nota oficial divulgada também nesta terça (27), a Polícia Civil de Pernambuco informou que o caso foi registrado como constrangimento ilegal, vias de fato e ameaças.


A corporação instaurou um inquérito policial e declarou que as diligências foram iniciadas imediatamente, com o objetivo de apurar completamente os fatos ocorridos na unidade da Selfit em Boa Viagem.


Repercussão nas redes: solidariedade e indignação

O caso repercutiu rapidamente nas redes sociais, gerando uma onda de apoio à personal trainer e diversas manifestações de repúdio ao comportamento do casal. Internautas, influenciadores e até outros profissionais de educação física demonstraram solidariedade, cobrando medidas firmes da academia e das autoridades.


Um passo necessário, mas insuficiente

A decisão da Selfit de encerrar o vínculo com os clientes envolvidos foi amplamente elogiada por usuários, que apontaram o gesto como fundamental para combater atitudes preconceituosas dentro dos espaços coletivos. No entanto, muitos destacam que ainda há um longo caminho para garantir que todas as pessoas se sintam seguras e respeitadas, especialmente mulheres trans e pessoas com identidades de gênero não normativas.




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