
Gripe aviária no Brasil (Foto: Freepik)
O governo do Uruguai anunciou a flexibilização das
restrições à importação de produtos avícolas provenientes do Brasil, após
uma suspensão temporária motivada pela confirmação de um caso de gripe
aviária de alta patogenicidade no município de Montenegro, no estado
do Rio Grande do Sul.
A medida foi oficializada pela Direção-Geral de Serviços
Pecuários, vinculada ao Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do
Uruguai, por meio de resolução publicada na última segunda-feira (20).
A decisão permite a entrada de carne de aves e ovos originários do
Brasil, desde que submetidos a tratamento térmico capaz de inativar o vírus
da gripe aviária, conforme exigido pela Organização Mundial da Saúde
Animal (OMSA).
Carne fresca com data-limite para produção
A nova diretriz também estabelece condições específicas
para a importação de carne fresca de aves, determinando que o produto só
será aceito se a data de produção for anterior a 1º de maio de 2025.
Essa precaução visa evitar a circulação de produtos que possam ter sido
expostos ao vírus após o período crítico.
Material genético com exigências reforçadas
Além dos alimentos, o governo uruguaio liberou a entrada
de material genético avícola brasileiro, como ovos férteis e pintinhos,
com a exigência de que sejam provenientes de compartimentos sanitários
certificados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil. Esses
compartimentos devem seguir protocolos de biossegurança e rastreabilidade,
além de atender a medidas adicionais impostas pelo Uruguai.
Restrições temporárias seguem vigentes
Apesar da flexibilização, as restrições sanitárias não
foram completamente revogadas. Segundo o Ministério uruguaio, as condições
atuais permanecerão em vigor até que o Brasil recupere oficialmente seu
status de “livre da influenza aviária de alta patogenicidade”, conferido
pela OMSA.
Contexto do surto e impactos comerciais
O caso que levou à suspensão ocorreu no início de maio de
2025, em Montenegro (RS), e rapidamente levou o Uruguai e outros países
importadores a reverem suas políticas de comércio com o Brasil. A gripe
aviária, apesar de rara em humanos, é altamente contagiosa entre aves e pode
causar impactos significativos na produção e exportação.
Mesmo com o foco isolado, a prevenção internacional segue
rigorosa, especialmente em relação à movimentação de animais vivos,
produtos crus e material genético.
Brasil segue monitorando situação
O Ministério da Agricultura do Brasil informou que medidas
de controle foram imediatamente adotadas, com isolamento da área afetada,
sacrifício de aves contaminadas e intensificação do monitoramento
sanitário. A pasta trabalha junto à OMSA para o restabelecimento do
status sanitário internacional, essencial para manter a confiança nos
mercados externos.
Comércio avícola em observação
A decisão do Uruguai sinaliza uma abertura gradual para a
retomada completa do comércio avícola entre os dois países. No entanto, os exportadores
brasileiros devem seguir atentos aos critérios técnicos exigidos,
especialmente no que se refere à rastreabilidade e segurança dos produtos.
A expectativa é de que, com o controle total do foco e a
revalidação do status sanitário, o Brasil possa reverter completamente as
restrições internacionais e manter sua posição de liderança na
exportação de produtos avícolas.