
(Foto: Divulgação/Compesa)
A prolongada falta de chuvas em Pernambuco levou a Companhia
Pernambucana de Saneamento (Compesa) a iniciar intervenções emergenciais
para interligar a Adutora do Agreste ao Sistema Adutor de Jucazinho,
em Caruaru. Essa medida busca garantir o abastecimento de água para 850 mil
pessoas em diversas cidades do Agreste, em meio à situação crítica dos
reservatórios de água no estado.
Com a barragem que abastece o Sistema Jucazinho em estado
de pré-colapso, a obra prevê o transporte de 400 litros de água por
segundo do Rio São Francisco até a Estação de Tratamento de Água (ETA)
Salgado.
Obras complementares em Caruaru
Além da interligação emergencial, a Compesa está implantando
uma nova adutora de três quilômetros de extensão que conectará a ETA
Petrópolis ao reservatório Santa Rosa. Essa obra beneficiará
diretamente os bairros de Santa Rosa, Vassoural, Indianópolis, Inocoop e
José Liberato, que antes eram atendidos pela Adutora de Jucazinho.
O presidente da Compesa, Alex Campos, destacou a importância
dessas ações:
"Com essas medidas, preservaremos o volume restante de Jucazinho,
garantindo o abastecimento de água até o próximo período de chuvas e
minimizando o risco de desabastecimento total."
Investimentos para o futuro
Embora emergenciais, as intervenções realizadas pela Compesa
são descritas como estruturadoras para o sistema hídrico da região. Segundo
Alex Campos:
"Esses investimentos também visam mitigar futuras crises hídricas,
proporcionando maior flexibilidade no abastecimento de água."
O custo total das ações é de R$ 4,4 milhões, e a
expectativa é que elas atendam tanto à crise atual quanto à necessidade de
expansão e modernização do sistema de distribuição.
Crise na Barragem de Jucazinho
Localizada em Surubim, a Barragem de Jucazinho verteu
pela última vez há quase 15 anos e, atualmente, opera com apenas 5,76%
de sua capacidade total, que é de 200 milhões de metros cúbicos de
água. Este nível é o mais baixo registrado desde 2020, e a tendência é de queda
contínua.
Escassez de chuva agrava crise hídrica
A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) prevê
que Pernambuco enfrente uma seca prolongada até março, com chuvas abaixo
da média histórica e temperaturas acima do normal.
O Governo de Pernambuco declarou estado de emergência em
117 municípios devido à estiagem severa, que já comprometeu o abastecimento
humano em diversas regiões. Atualmente, 12 mananciais estão em colapso total,
e outros 29 em estado de alerta.
A evaporação intensa dos volumes de água armazenados e a
ausência de precipitações significativas têm afetado diretamente o
abastecimento de água. No final de 2024, a Compesa já havia ampliado o
calendário de racionamento em 15 municípios e alertou que 51 cidades
podem ter os cronogramas alterados até fevereiro, caso as chuvas não sejam
suficientes para recuperar os níveis dos reservatórios.
Impactos e perspectivas
A crise hídrica em Pernambuco evidencia a necessidade de
ações rápidas e planejamentos estratégicos para lidar com a escassez de
recursos hídricos. As medidas emergenciais implementadas pela Compesa são
essenciais para enfrentar o cenário atual, mas reforçam a importância de
investimentos contínuos em infraestrutura hídrica para garantir segurança no
abastecimento futuro.
Enquanto isso, as autoridades seguem monitorando os níveis
dos reservatórios e aguardam a ocorrência de chuvas para aliviar o quadro
crítico.