(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A adolescente Maria Jaqueline Leite Cintra, de 16 anos, morreu na última segunda-feira (14), na cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, apenas nove dias após o nascimento de seu primeiro filho. Segundo a família, a jovem foi vítima de negligência médica, após ser liberada do Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns, mesmo apresentando fortes dores e febre intensa.

A jovem deu à luz no dia 7 de abril e teve alta médica no dia seguinte. Desde então, familiares afirmam que Maria Jaqueline enfrentava complicações evidentes, mas que os médicos minimizaram os sintomas, atribuindo-os a fatores emocionais ligados ao parto.

Sintomas ignorados e busca por atendimento

De acordo com a irmã da jovem, Jaíne Cintra, Maria Jaqueline voltou para casa na cidade de São Bento do Una, também no Agreste, após a liberação hospitalar. No entanto, ela não apresentou melhora e continuava com febre alta e dores constantes.

“Disseram que era febre emocional, que ela podia vir para casa. Mas ela não teve saúde desde então. Ela se desesperou, estava longe da família, com ansiedade… mas a febre não passava”, relatou Jaíne ao jornalista Adielson Galvão.

Preocupada, a família buscou novos atendimentos. No sábado (12), levaram Maria Jaqueline novamente ao hospital, onde suspeitou-se de uma infecção urinária. Porém, no domingo (13), a situação piorou.

Suspeita de restos de parto e complicações graves

Na nova ida ao hospital em São Bento do Una, os médicos finalmente levantaram a suspeita de infecção uterina causada por restos de parto. A adolescente foi, então, transferida para a FUSAM – Hospital Maternidade Regional Jesus Nazareno, em Caruaru, e, em seguida, encaminhada ao Hospital Mestre Vitalino, na mesma cidade.

Entretanto, já era tarde. Maria Jaqueline não resistiu às complicações e faleceu na segunda-feira (14).

Dor e clamor por justiça

O falecimento de Maria Jaqueline causou comoção entre familiares e moradores da cidade. A jovem deixou um recém-nascido, agora sob os cuidados da família materna. Muito abalada, a tia do bebê desabafou:

“Eu perdi tudo. Minha irmã, minha amiga, minha filha. Eu só queria justiça. Quem viu a gente sabe o quanto eu amava aquela menina”, disse emocionada.

Investigação da Polícia Civil está em andamento

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) confirmou ao Diario de Pernambuco que o caso foi registrado como “morte a esclarecer” e está sob responsabilidade da Delegacia de Caruaru. As investigações estão em curso para apurar eventuais responsabilidades e negligência médica.

Hospital Dom Moura ainda não se pronunciou

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Regional Dom Moura, onde a adolescente deu à luz, solicitando esclarecimentos sobre os motivos da alta médica, mesmo diante dos sintomas relatados.

Até a última atualização desta matéria, o hospital não emitiu nenhuma resposta oficial.