Quarta-feira, 04 de Junho de 2025

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Pernambuco
Publicada em 24/04/25 às 11:00h - 726 visualizações
Barragem de Jucazinho entra em pré-colapso com apenas 3,47% da capacidade e afeta abastecimento em 11 cidades de Pernambuco
Falta de chuvas e falha em comporta submersa agravam situação; Compesa implanta ações emergenciais para garantir o fornecimento de água

Blog Moriá

Crise hídrica atinge o Agreste de Pernambuco  (Foto: Divulgação/ Compesa)

A Barragem de Jucazinho, localizada no município de Surubim, no Agreste de Pernambuco, enfrenta um cenário de pré-colapso hídrico, operando com apenas 3,47% da sua capacidade total de armazenamento. A situação crítica é resultado da prolongada falta de chuvas na bacia hidrográfica da região e compromete seriamente o abastecimento de água em 11 municípios pernambucanos.


O Sistema Jucazinho, que em condições normais opera com uma vazão de 970 litros por segundo (l/s) para os tramos Norte e Sul, está atualmente limitado a apenas 150 l/s, direcionados exclusivamente ao Tramo Norte. Isso representa cerca de 15% da capacidade operacional do sistema, impactando diretamente milhares de pessoas em diversas cidades da região.


Cidades afetadas pela crise no sistema Jucazinho


Entre os municípios atingidos estão:

  • Surubim
  • Salgadinho
  • Casinhas
  • Frei Miguelinho
  • Santa Maria do Cambucá
  • Vertentes
  • Vertente do Lério
  • Toritama
  • Cumaru
  • Passira
  • Riacho das Almas


Além disso, Bezerros e Gravatá, que utilizavam Jucazinho como reforço hídrico, passaram a depender exclusivamente de fontes locais.


Falha em comporta submersa agrava o cenário


A situação da barragem se agravou ainda mais devido a dois fatores principais:

  1. Necessidade de intervenção para captação da reserva técnica;
  2. Falha de uma comporta submersa, que perdeu a funcionalidade ao ser acionada.


Segundo a Compesa, a comporta — que estava em avançado estado de obsolescência após anos submersa — apresentou falhas estruturais e foi desmontada. A substituição da peça está em andamento e deve ser concluída até o final de abril.


Compesa implanta ações emergenciais com balsas e nova captação

Para viabilizar o uso da reserva técnica da Barragem de Jucazinho, a Compesa iniciou a implantação de uma nova estrutura de captação. As ações incluem:

  • Instalação de duas balsas flutuantes no espelho d’água;
  • Nova tomada de água ancorada na parede da barragem;
  • Montagem de tubulações interligadas ao sistema de distribuição.


No entanto, a nova estrutura ainda não entrou em operação devido à falha na comporta. Após a conclusão das obras, a expectativa é que a vazão seja elevada para 400 l/s, o que permitirá normalizar o calendário de abastecimento das cidades atendidas, enquanto se aguarda a chegada do inverno e a recuperação do manancial.


Impacto do colapso por cidade: Bezerros, Gravatá e Caruaru


Bezerros

Um dos municípios mais impactados, Bezerros também depende da Barragem de Brejão, atualmente em pré-colapso com 6,88% da capacidade. Em algumas áreas, o rodízio no fornecimento de água chega a 14 dias. A retomada da captação em Jucazinho poderá aliviar a situação crítica na cidade.


Gravatá

Já em Gravatá, o impacto é relativamente pequeno: apenas 3% da população depende de Jucazinho. Essa parcela está concentrada em condomínios às margens da BR-232. A cidade é majoritariamente abastecida pelos sistemas Amaraji, Brejinho, Vertentes e Clipper, que garantem 97% da produção e mantêm o fornecimento regular.


Caruaru

A situação em Caruaru foi resolvida com a interligação da Adutora do Agreste à Adutora de Jucazinho, permitindo o envio de 400 l/s da Transposição do Rio São Francisco. Com isso, a cidade foi retirada do Sistema Jucazinho, e sua independência do manancial contribui para preservar o volume restante para as demais localidades afetadas.


Perspectiva e próximos passos

A Compesa segue atuando em ritmo acelerado para concluir as obras emergenciais e ampliar a capacidade de fornecimento de água via Jucazinho. A esperança recai agora sobre a chegada do inverno, que poderá reverter o atual quadro de pré-colapso.


Enquanto isso, a recomendação é de que a população economize água e fique atenta aos calendários de abastecimento divulgados pelas autoridades. O momento é de alerta máximo para o Agreste de Pernambuco, que vive uma das suas piores crises hídricas dos últimos anos.




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