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Pernambuco
Publicada em 09/05/25 às 08:49h - 743 visualizações
Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco: 162 anos de preservação da memória cultural do Brasil
Fundado em 1862, o IAHGP guarda relíquias centenárias e continua ativo na preservação, pesquisa e difusão do patrimônio pernambucano

Blog Moriá

 (Foto: Acervo/IAHGB)

Com mais de 162 anos de história, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) é muito mais que um espaço de memória: é um símbolo vivo da identidade de Pernambuco e um dos mais respeitados centros culturais e científicos do Brasil. Fundado em 28 de janeiro de 1862, o Instituto se destaca como o mais antigo instituto histórico regional do país, sendo um verdadeiro guardião de séculos de história, cultura e pensamento intelectual.


Uma crítica imperial que mudou a história cultural do Recife

A criação do IAHGP nasceu de um momento emblemático. Em 1859, durante visita ao Recife, o imperador Dom Pedro II criticou duramente o desinteresse dos intelectuais locais em relação à memória histórica da província. A provocação do monarca despertou uma reação positiva: um grupo de professores e estudantes da Faculdade de Direito do Recife decidiu fundar uma entidade voltada à preservação do passado.


O resultado foi a criação do primeiro instituto histórico estadual do Brasil, que mais tarde se consolidaria como referência nacional e internacional em pesquisa histórica.


Um casarão tombado que guarda relíquias de valor incalculável

A primeira sede do IAHGP funcionou no Convento do Carmo, mas o Instituto passou por diversos endereços até se estabelecer, em 1920, em um imponente casarão localizado na Rua do Hospício, nº 130, no centro do Recife. O prédio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi doado pelo então governador Manoel Borba.


Em seu interior, o acervo impressiona: estão preservados documentos e objetos de valor histórico incalculável, como a prensa e o exemplar original do jornal "O Preciso", impresso durante a Revolução Pernambucana de 1817, além de materiais ligados à fundação do Diario de Pernambuco, um dos jornais mais antigos em circulação nas Américas.


A força de uma liderança ligada à história

À frente da instituição está o historiador George Cabral, doutor pela Universidade de Salamanca e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Sua relação com o Instituto é longa:


“Comecei a frequentar o Instituto em 2001 como pesquisador de mestrado. Em 2008, tornei-me sócio efetivo e hoje estou na minha terceira gestão como presidente”, destaca Cabral.


Para ele, o IAHGP é um centro fundamental de preservação do patrimônio pernambucano, especialmente num tempo em que Pernambuco não possuía sequer arquivo público ou museu histórico. “Muitos bens culturais foram depositados aqui, e os conservamos com zelo, tornando-os acessíveis à população”, afirma.


Acervo com 16 mil volumes, mapas raros e a mais antiga revista acadêmica do país

O Instituto reúne cerca de 16 mil volumes em sua biblioteca, além de mapas raros, bustos, pinturas e documentos históricos que ajudam a contar a história do Brasil sob a perspectiva regional. Entre os tesouros mais preciosos está a Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, publicada desde 1863. A revista é uma das mais antigas publicações acadêmicas do país e continua sendo um veículo ativo de difusão do conhecimento histórico e científico.


O IAHGP além dos muros: história viva nas ruas do Recife

Nos últimos anos, o Instituto tem se esforçado para ampliar seu alcance para fora de suas dependências físicas. Um dos projetos mais significativos é a instalação de painéis de azulejo em bairros históricos como Graças, Espinheiro, Boa Vista e Santo Antônio, contando a história da origem dos nomes das ruas. A ação visa reaproximar os moradores de suas próprias raízes culturais, reforçando a identidade local.


Planos para o futuro: digitalização e novo museu

Apesar de todos os desafios enfrentados por instituições culturais no Brasil, o IAHGP tem planos ambiciosos. Entre as metas, está a digitalização completa do acervo, garantindo a acessibilidade para pesquisadores de todo o mundo, e a reabertura do museu com uma nova expografia, que torne a visita ainda mais atrativa e educativa para o público.


“Nosso maior desejo é garantir a conservação e a acessibilidade desses materiais para as próximas gerações”, conclui George Cabral.


Mais do que um arquivo, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco é uma instituição pulsante, essencial para a formação de pesquisadores, professores, estudantes e cidadãos conscientes da importância do seu passado para a construção do futuro.




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